A classificação de M'banza Kongo como Património Cultural Nacional acontece nesta segunda-feira, sob orientação da ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva.
Trata-se de um dos pressupostos indispensáveis para que Angola possa inscrever a cidade de M’banza Kongo na lista do Património Mundial da Unesco.
“Lançado em 2007, com a realização de uma mesa redonda internacional, denominada "Mbanza Kongo - cidade a desenterrar para preservar", o projecto de inscrição da cidade como Património da Humanidade está na sua fase decisiva”, lê-se no documento.
A intenção do Executivo angolano é que M'banza Kongo, cidade com mais de meio milénio de existência, recupera a grandeza do seu passado e seja elevada à categoria de património da humanidade, sendo que, para tal, não basta resgatar da terra os tesouros nela enterrados, mas recuperar e modernizar as suas infra-estruturas.
A missão prevê valorizar o património histórico-cultural local, com o intuito de tornar a província um sítio turístico, preservar o sítio de Mbanza Congo, desenterrando o seu passado e criando bases para a sua preservação. A cultura Congo foi difundida ao longo dos anos pelo continente africano, e por alguns países da América e da Europa, através do tráfico negreiro transatlântico. Entre os inúmeros argumentos a serem apresentados para a transformação da Terra dos Reis em património mundial constam a situação do Reino do Congo no fim do século XVI, a resistência dos Congo perante a ocupação portuguesa, a preservação dos seus valores e a defesa dos seus ideais tradicionais perante o choque com a cultura dos colonizadores portugueses.
Apesar de existirem vários estudos relativos à Terra dos Reis, a acredita-se que a história do Nsi a Congo ou Reino do Congo, assim como certos aspectos das suas instituições políticas, económicas e sociais não são ainda bem conhecidos.
Mbanza Congo foi, no século XVII, a maior vila da costa ocidental da África Central, com uma densidade populacional de 40 mil habitantes (autóctones) e quatro mil europeus. Com o seu declínio, a cidade, que se encontrava no centro do reino em plena idade de ouro, transformou-se numa vila mística e espiritual do grupo etno-linguístico Kikongo, albergando as repúblicas de Angola, Congo Democrático, Congo e o Gabão, com origens em Mbanza Congo.
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